Mudança do perfil da pecuária acelera crescimento da Agener

Por Fernando Lopes — De São Paulo

A Agener, divisão de saúde animal da farmacêutica brasileira União Química, vê nas transformações já em curso na pecuária do país, e nos avanços que estão por vir, motivos de sobra para ampliar sua aposta no mercado de grandes animais, ao mesmo tempo em que expande os negócios para novas áreas, como suínos, e registra demanda aquecida em sua linha de produtos para pets.

Já puxada por melhores desempenhos nos segmentos de grandes e pequenos animais, a receita líquida da Agener alcançou R$ 640 milhões em 2021. Na área de grandes animais (bovinos de corte e de leite), o crescimento foi de 61%, enquanto na de pequenos, onde a divisão também conta com produtos de higiene e dermatológicos, o avanço foi de 28%. Para 2022, a expectativa é atingir receita líquida de R$ 830 milhões e faturamento bruto da ordem de R$ 1 bilhão – a receita bruta da União Química como um todo foi de R$ 4 bilhões no ano passado.

Não incluídas nos valores de receita líquida, a Agener também exporta seus produtos para outros países da América Latina, sobretudo, e essas vendas giram em torno de US$ 20 milhões por ano. Mas, segundo Marco Dalalio, head da Agener, o foco do crescimento da divisão é mesmo o mercado doméstico, que tem, de forma geral, ainda um enorme potencial de crescimento.

Pecuária atrasada

O executivo observa que, do ponto de vista do uso de tecnologias, a pecuária brasileira ainda está atrasada em relação à agricultura, e que a tendência de aceleração que já está em curso abre espaço também para uma utilização maior e mais eficiente de produtos veterinários. O perfil do pecuarista está mudando e uma profissionalização maior ganha corpo, o que estimula a expansão dos investimentos.

Na área de grandes animais, as vendas da Agener são lideradas por antiparasitários, antibióticos, reprodução e produtos para ganho de rendimento, comercializados em três canais principais (varejo, distribuidoras e atacado). E dois negócios em particular despontam no portfólio: inseminação artificial em tempo fixo e a linha Lactotropin, voltada à produtividade da pecuária leiteira.

Ainda conforme Dalalio, para o segmento de suínos, no qual a Agener está começando a operar de maneira mais estruturada, a expectativa é de faturar inicialmente R$ 50 milhões por ano. A divisão tem produtos para a avicultura, mas ainda não há um projeto concreto de criar uma nova área de negócios específica.